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Psicóloga Clínica Larissa Pedrosa Rossiter esclarece  os problemas com relacionamento abusivo

Por Imprensa (sexta-feira, 16/08/2019)
Atualizado em 16 de agosto de 2019

Perceber uma pessoa querida vivendo um relacionamento abusivo nos causa uma série de sentimentos conflituosos. Causa muita indignação ver uma pessoa cheia de atributos intelectuais, físicos e morais sendo tratada como se fosse um entulho, pior ainda é perceber a passividade dessa vítima, aceitando tudo sem nada questionar e ainda demonstrando muito temor em perder o seu algoz a quem ela refere-se como “amor”.

As vítimas de relações abusivas, no geral, são vistas como pessoas que “não têm vergonha na cara”. Costumamos avaliar as pessoas pelo o que elas apresentam externamente. Diante de uma pessoa bonita e culta, tendemos a acreditar que ele(a) é dono(a) de si e que faz sempre as escolhas mais sensatas. Contudo, não é bem assim que a coisa funciona. Possuir um elevado nível intelectual não é garantia de independência emocional. Esses dois atributos, não são, necessariamente, vinculados.

Inteligência emocional e autoestima não são adquiridos nas cadeiras das universidades. Obviamente, uma pessoa esclarecida intelectualmente e com independência financeira terá menor vulnerabilidade nesse contexto, já que ela não terá a dependência econômica como um fator que venha a dificultar a ruptura de um vínculo nocivo.

A forma como uma pessoa se comporta num relacionamento afetivo é o reflexo da forma como ela se percebe, e de como ela aprendeu sobre os relacionamentos observando sua família nuclear, na prática. No geral, são pessoas oriundas de contextos familiares tóxicos. Crianças que presenciam o pai agredindo a mãe, por exemplo, tendem a internalizar que esse comportamento é aceitável entre os casais, elas vinculam o amor à dor, de certa forma. Depois de adultas, mesmo adquirindo esclarecimentos teóricos sobre a forma saudável de se relacionar, o que elas presenciaram com os pais, terá um peso gigante. Contudo, esse quadro não é irreversível, a vítima pode, sim, desconstruir o conceito nocivo de amor e adotar um conceito saudável de relacionamento, a psicoterapia é uma excelente ferramenta para auxiliar nesse processo.

A vítima de uma relação abusiva é alguém adoecido. Ele(a) precisa de empatia, não de julgamento.

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