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Protesto mostra o descontentamento de PCs e população contra a Braskem

Por Imprensa (segunda-feira, 8/04/2019)
Atualizado em 8 de abril de 2019

O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) realizou ato público em frente à Braskem, no Pontal da Barra, para alertar sobre os riscos que os policiais civis e a população sofrem com o afundamento, rachaduras e possibilidade de desmoronamento do Pinheiro e bairros adjacentes, bem como cobrar a negociação de indenização da petroquímica com as famílias prejudicadas.

 

Mesmo com as fortes chuvas, a manifestação foi realizada nesta segunda-feira (08). O presidente do Sindpol-AL, Ricardo Nazário, destacou a intenção de sensibilizar a Braskem quanto à antecipação do pagamento das indenizações. “Hoje, não podemos afirmar que a empresa é 100% responsável, mas há indício pelo qual o Ministério Público e a Defensoria se basearam e conseguiram bloquear R$ 100 milhões da Braskem pela Justiça.

 

Ressaltando a importância do ato, o sindicalista destacou que o Sindpol tem essa essência de estar junto às comunidades. “Somos servidores e temos o dever de defender a população, que paga impostos para que os policiais civis estejam do seu lado”, disse.

 

Ricardo Nazário informa que a Braskem é avaliada em mais de 40 bilhões de dólares. A mineradora já está há 50 anos explorando a riqueza do solo alagoano. “O correto é que a petroquímica se reúna com a sociedade e demonstre que tem interesse de resolver a questão da indenização das famílias, e não ficar esperando as decisões judiciais”.

 

O sindicalista citou, como exemplo, os moradores do Pontal da Barra aguardam há oito anos a decisão na justiça sobre vazamento de cloro pela Braskem. “Não queremos que isso aconteça com moradores do Pinheiro e bairros adjacentes”, alerta o presidente do Sindpol.

 

O diretor Jurídico do Sindpol, José Carlos Fernandes, ressaltou a importância do ato público para agilizar as ações das famílias envolvidas na tragédia anunciada. “O trauma psicológico não será reposto, mas pelo menos a indenização poderá atenuar o drama”, disse.

 

Para o diretor de Comunicação, Edeilto Gomes, a mobilização é uma prevenção ao que poderá acontecer com as famílias do Pinheiro e bairros adjacentes. “Para a população cobrar a responsabilidade dos órgãos públicos, é preciso ir à rua e mostrar sua indignação”, disse, destacando que o Sindpol continuará chamando os moradores e policiais civis prejudicados para reivindicar seus direitos.

 

Demonstrando solidariedade à população, o vice-diretor de Comunicação, Vicente Higino, disse que o Sindpol não tem medo de enfrentar quem quer que seja, podendo ser empresa privada, pública, estadual e federal. “Estamos defendendo a sociedade. As pessoas correm o risco de perder tudo”, enfatizou.

 

O integrante do SOS Pinheiro Manoel Soares, que participou do ato público, disse que o Pinheiro era um bairro popular. “Atualmente, a maioria da população precisou sair. Quando uma família tenta alugar um imóvel, e o corretor descobre que é do Pinheiro, o valor do aluguel aumenta até 50%. Infelizmente, as pessoas se aproveitam da situação”.

 

Morador do Pinheiro há 37 anos, o diretor Social do Sindpol, Marcial Fortes, destacou que aguarda o laudo técnico para se posicionar, saindo ou não do bairro. “Resido em uma área que foi classificada como branca, mas agora, dizem que tudo é vermelho. Construímos nosso patrimônio para jogar tudo fora assim por conta da irresponsabilidade de empresários e do governo”, questiona.

 

O aposentado da Polícia Civil Afonso dos Santos informou que reside há 45 anos no Pinheiro. “É uma situação caótica. Esperamos providência. Levamos uma vida para construir um patrimônio, e aguardamos que alguém assuma essa responsabilidade. Esse aluguel social é só um paliativo, que não resolve o problema”, desabafa.

 

Atualmente, mais de 70 famílias de policiais civis residem no Pinheiro e bairros adjacentes, além de mais de 150 policiais civis que trabalham entre o 4º Distrito Policial, no Pinheiro, nas delegacias de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e Combate ao Narcotráfico (DNARC) na Chã de Bebedouro, e na Central de Flagrantes no Farol.

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