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Inimigo nº 1 do Servidor Público

Por Imprensa (segunda-feira, 23/05/2011)
Atualizado em 23 de maio de 2011

Acredito que o senhor secretário de Estado da Comunicação não compareça à Caixa Econômica Federal no primeiro dia em que é liberado o pagamento dos servidores públicos estaduais como fazem um praça da PM, um auxiliar do HGE ou um professor da educação básica.


Antes: chamá-lo de “servidor público” é um esforço retórico, uma vez que comissionado ele é, por indicação política ele lá chegou, cargo de confiança ele ocupa.


Voltando: acredito que ele não compareça por vários motivos, entre eles um essencial: 1) ele deve ter conta “super”, “ultra”, “plus”, “mais”, “executiva”, “premier” em outro banco; 2) ele deve ter quem faça isso por ele por um salário (muito…) inferior ao dele; 3) E PRINCIPALMENTE: ELE NÃO FAZ PARTE DA IMENSA CATEGORIA DE TRABALHADORES TRATADA COMO “CORJA” PELO GOVERNO DO BEM, QUE É HUMILHADA NA FILA DA CAIXA PARA RECEBER SEUS SALÁRIOS HUMILHANTES DA 1ª FAIXA DA FOLHA DE PAGAMENTO ESTADUAL.


Daí, talvez, a “insensibilidade” que fez o senhor secretário de Estado da Comunicação manifestar-se tão triste e lamentavelmente em relação aos servidores públicos.


Mas tal “insensibilidade” traz um fundamento em sua entrelinha: o GOVERNO DO BEM é inimigo número 1 dos servidores públicos estaduais alagoanos.


Trata-se de um governo que desqualifica as demandas dos servidores. Explico: o bombeiro não tem mangueira para apagar fogo? Cadeia nele!


Trata-se de um governo que menospreza sua mão de obra efetiva. Explico: há na mentalidade tucana uma moral indicativa de que servidor público se faz de “coitadinho” como expressou o senhor secretário de Estado da Comunicação, ecoando um pensamento de seus pares de 1º escalão governamental. Na verdade, para estes Deuses do Olimpo de Palmares, servidor público é tudo “vagabundo”!


Trata-se de um governo que ridiculariza greves, manifestações e pedidos de diálogo e interlocução. Explico: Fez greve? Manifestou-se? Pediu audiência para cobrar reajuste salarial, condições de trabalho, respeito ou vergonha na cara? São preguiçosos, são “vândalos” depredadores do patrimônio público.


Daí a tese do vandalismo ser de um ridículo imensurável.


Quer dizer, deputados dobram seus salários enquanto servidores públicos “ganham” 5,91% de reajuste em 2 vezes, em um ano! Aí uma grade cai no chão e, automaticamente, servidores públicos estaduais são taxados de vândalos, escória das Alagoas, gentalha, bandido ou marginal “concursado”.


Se houve “vandalismo”, apurem! Mas não tirem a razão do protesto porque as causas da ira dos funcionários públicos civis e militares são consistentes. Um dano material de pequena monta não pode ser utilizado como discurso para desonrar trabalhadores que lutam por salário digno, esta sim uma das causas mais justas de luta nas relações de trabalho.


Vivemos um estado de exceção no governo do AI 45. Um governo que dissemina o ódio em suas interações com a base trabalhista. Que é descortês e infame para com seus funcionários. Que, perdido em sua gigantesca incompetência gerencial, não sana os problemas que nos afligem.


A Assembleia Legislativa compactua com este descalabro, com seus deputados se “presenteando” com um aumento vergonhoso e que é um “tapa na cara” da população. Uma instituição com credibilidade quase nula que cada vez mais se apequena, que desconhece o fundo do poço, que dá demonstrações de vexame a cada novo ato maléfico praticado. Nosso Poder Legislativo é que, por vezes, se comporta mediante ações de “vandalismo” para com a sociedade.


O secretário de Estado da Comunicação entende de propaganda (presume-se ou espera-se!). O senhor governador do Estado, que fez propaganda na campanha prometendo maravilhas aos servidores públicos é um homem letrado, culto.


Portanto, ambos devem estar cientes da propaganda enganosa que fizeram na campanha eleitoral do ano passado.


Prometeram diálogo e respeito ao servidor. Hoje, colocam trabalhadores nas prisões e os ameaçam com processos administrativos e judiciais.


Sinal da falta de decência, de ética e de coragem de assumir compromissos da atual gestão DO BEM, protagonista de um verdadeiro estelionato eleitoral em um governo que, certamente, entrará para a história como um dos piores gestores de pessoal que nosso pobre estado já suportou.
 


Fonte: Cadaminuto

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